Por que priorizar o autoconhecimento no mercado financeiro?
Escrito por:
Equipe FK
Muita gente me pergunta: “se você tivesse que começar hoje, sem saber nada sobre finanças, qual seria seu primeiro passo?” Confesso que já me fiz essa pergunta diversas vezes, principalmente quando olho para o cenário atual — cheio de oportunidades incríveis, mas também repleto de armadilhas e desafios complexos.
A resposta que encontrei pode surpreender muita gente. Porque antes mesmo de pensar em fazer um curso, buscar uma certificação ou tentar entender como funciona a Bolsa de Valores, eu faria algo simples, mas incrivelmente poderoso: investiria tempo em me conhecer melhor.
Autoconhecimento
Sim, eu começaria pelo autoconhecimento. E sei que isso pode soar como clichê ou como um daqueles conselhos genéricos que a gente lê em posts motivacionais, mas deixa eu te contar por que esse é, de fato, o ponto de partida mais estratégico que alguém pode ter ao ingressar no mercado financeiro.
O mercado financeiro é um verdadeiro ecossistema, vasto e multifacetado. Dentro dele, existem inúmeras trilhas possíveis: você pode trabalhar com análise de investimentos, consultoria financeira, seguros, planejamento patrimonial, gestão de carteiras, fintechs, crédito corporativo, trading, fusões e aquisições, estruturação de produtos e muito mais.
E adivinha? Nem todas essas áreas vão combinar com você.
Isso não é uma limitação. Pelo contrário — é libertador. Saber que você não precisa tentar ser tudo ao mesmo tempo abre espaço para focar no que realmente tem a ver com quem você é.
Descobrir seu perfil
Ao investir tempo em se conhecer, você começa a entender melhor o que te move, o que te empolga, o que te frustra, e — o mais importante — como você lida com risco, pressão, rotina e metas.
Talvez você descubra que é alguém que ama números, lógica, e não tem problema em passar horas diante de uma planilha. Nesse caso, áreas como análise de investimentos ou estruturação financeira podem ser um bom caminho.
Ou talvez você perceba que seu talento está na comunicação e no contato com pessoas. Nesse caso, atuar como planejador financeiro pessoal, consultor ou até educador pode ser mais satisfatório e sustentável.
E tem mais: o autoconhecimento não te ajuda apenas a escolher uma área, mas também a entender se você tem o perfil de um intraempreendedor — alguém que cresce dentro das empresas — ou se você sonha em empreender e criar algo seu.
A economia do tempo e da energia
Quantas pessoas você conhece que fizeram uma faculdade ou uma pós-graduação inteira só para, depois de alguns anos, descobrir que não gostam da área? Ou pior: que não têm afinidade nenhuma com a rotina daquele trabalho?
Quando você se conhece, economiza anos de tentativas frustradas. Você consegue filtrar melhor os cursos que vai fazer, as oportunidades que vai buscar, os conteúdos que vai consumir.
Tudo começa a ter mais propósito.
A clareza sobre o seu perfil faz com que cada livro lido, cada aula assistida e cada networking realizado tenha mais chance de te levar na direção certa.
O que observar em você mesmo?
Pode ser que agora você esteja se perguntando: “ok, mas como faço isso na prática? Como começo esse processo de autoconhecimento?”
Aqui vão algumas reflexões importantes para esse início:
- O que você já faz bem hoje? (Mesmo que não seja ligado a finanças);
- Em que tipo de ambiente você se sente mais produtivo e motivado?;
- Você prefere trabalhar com dados, com pessoas, ou com ideias?;
- Como lida com pressão, metas e imprevistos?;
- Você prefere rotinas previsíveis ou desafios constantes?;
- Quais são seus valores inegociáveis? Liberdade? Segurança? Impacto? Crescimento?
Essas perguntas não têm resposta certa ou errada. Mas suas respostas são o mapa para o caminho que faz sentido para você.
Ferramentas que podem ajudar
Existem várias ferramentas que podem apoiar esse processo de autoconhecimento. Aqui estão algumas que recomendo:
- MBTI (Myers-Briggs Type Indicator): ajuda a identificar seu tipo psicológico.
- Teste DISC: mostra seu estilo de comportamento.
- IKIGAI: um conceito japonês que ajuda a encontrar o ponto de interseção entre o que você ama, o que faz bem, o que o mundo precisa e o que pode te pagar.
- Journaling (escrita reflexiva): escrever sobre o que você aprendeu, sentiu ou vivenciou é uma maneira poderosa de se observar com mais profundidade.
Não é sobre se encaixar em um rótulo, mas sobre encontrar pistas para onde faz mais sentido investir sua energia.
Depois do autoconhecimento, vem o mergulho
Uma vez que você tem mais clareza sobre quem você é e o que busca, fica muito mais fácil escolher por onde começar tecnicamente.
É nesse momento que cursos, certificações, livros e mentorias entram em cena com força total. Mas agora, ao invés de seguir o que “todo mundo está fazendo”, você tem um critério mais sólido para fazer suas escolhas.
Você pode começar com um curso introdutório de finanças, fazer uma imersão sobre investimentos, buscar um mentor na área que despertou seu interesse, ou até consumir conteúdos gratuitos de qualidade no YouTube, podcasts e blogs especializados.
E o melhor: vai consumir esse conteúdo com intenção e propósito, o que potencializa o aprendizado.
O valor da conexão
Outra etapa essencial é a conexão com outras pessoas. Conversar com profissionais da área, participar de eventos, comunidades, fóruns e grupos de estudo é uma forma de acelerar sua curva de aprendizado e evitar muitos erros.
Mas veja bem: quando você já sabe o que está procurando, essas conexões se tornam ainda mais valiosas. Você não está apenas “jogando conversa fora”, está buscando inspiração, conselhos e referências dentro de um direcionamento claro.
Você não precisa de pressa, precisa de direção
Em um mundo que exalta a velocidade, muitas vezes esquecemos o poder de um passo bem dado. Começar pelo autoconhecimento pode parecer “devagar” à primeira vista, mas é exatamente o que te impede de dar mil voltas sem sair do lugar.
Quando você sabe para onde está indo, não precisa correr — basta seguir com consistência.
E se você já começou, mas está perdido?
Mesmo que você já esteja estudando ou até trabalhando na área financeira, vale a pena parar um pouco e olhar para dentro. Talvez você perceba que escolheu um caminho que não faz mais sentido, e tudo bem. Recomeçar com clareza é melhor do que insistir no que não funciona.
Autoconhecimento não é um evento único. É um processo contínuo.
Um convite a reflexão
Se eu tivesse que recomeçar no mercado financeiro hoje, com zero de conhecimento técnico, começaria olhando para dentro.
Autoconhecimento é como montar o alicerce de uma casa: pode não ser a parte mais visível, mas é a mais importante para garantir que tudo o que vier depois tenha sustentação.
Então, antes de mergulhar de cabeça nos conteúdos técnicos, dê um passo para trás — para ganhar fôlego, foco e clareza.
Pense nisso: o que te entusiasma de verdade? Qual realidade profissional te faz brilhar os olhos?
Só depois de responder essas perguntas é que faz sentido pensar nos “como”: como estudar, como se certificar, como se posicionar.
Comece por você. O resto vem com o tempo.
E você? Já parou para pensar em como o autoconhecimento pode ser o primeiro passo da sua trajetória no mercado financeiro? Compartilha com a gente nos comentários, vou adorar trocar ideias sobre isso com você.