O que aprendi em 15 anos dentro e fora da sala de aula 

Escrito por:

Raphael Palone, CFA®, CAIA®, MSc

Sócio e professor FK Partners

Mestre em economia pela The London School of Economics and Political Science (LSE).

Sempre acreditei que a educação é a força mais poderosa que existe. Não falo só de escola, diploma ou currículo; falo da capacidade que o conhecimento tem de mudar a trajetória de uma pessoa e, com ela, transformar o mundo ao redor.

Ensinar é um ato de coragem: é estar disposto a acreditar no potencial dos outros, mesmo quando o mundo parece desacreditar; é plantar ideias em terrenos que, muitas vezes, ainda nem estão prontos para florescer; é olhar para alguém e enxergar não o que ele é hoje, mas o que pode vir a ser amanhã.

Desde cedo, encantei-me por esse processo e, como acontece com quase todo mundo, o destino escolheu me mostrar isso de um jeito inusitado.

A aula que mudou tudo

Na 7ª série, uma professora entrou na sala e disse algo que eu nunca esqueci: “Não vou dar aula. O curso será feito por seminários apresentados pelos próprios alunos”. 

Foi um choque, um silêncio, e depois um burburinho, um a um fomos sorteando nossos temas, quando chegou a minha vez, enfiei a mão no saco e tirei um papel: Bolsa de Valores. 

Eu tinha 13 anos e não fazia ideia do que aquilo significava, mas alguma coisa dentro de mim se acendeu, passei dias pesquisando, perguntando, tentando entender como aquele universo funcionava. No dia da minha apresentação a sala estava cheia e eu comecei a explicar tudo o que tinha aprendido, com minhas palavras, com exemplos, com entusiasmo. 

Quando terminei, vieram os aplausos, a professora sorriu e os colegas começaram a gritar: “deixa ele dar todos os seminários! É tão legal o jeito que ele fala!” 

Saí da escola naquele dia com o coração disparado, foi o primeiro momento da minha vida em que eu pensei: “é isso, é isso que eu quero fazer”. 

Entre idiomas e investimentos

A vida seguiu o seu curso e, na faculdade, comecei a dar aulas particulares de inglês e francês, era uma forma de continuar fazendo o que eu amava, ajudar pessoas a aprender, a sensação era sempre a mesma, o brilho nos olhos de quem entende algo pela primeira vez, o sorriso de quem descobre que é capaz. 

O tempo passou e o mundo das finanças entrou na minha vida, vieram as 13 certificações e o desejo de unir dois mundos que pareciam distantes, o da técnica e o da didática. 

A sala de aula se tornou meu palco e meu laboratório, a cada turma eu percebia que ensinar sobre finanças era muito mais do que falar de números, era falar sobre escolhas, disciplina, segurança e futuro. 

Hoje são 15 anos de docência, mais de 200 mil pessoas passaram pelas minhas aulas, cada uma com sua história, seus medos e suas expectativas, e, em todas elas, algo se repete, a educação como ponto de virada. 

O que aprendi com quem ensina

Ser professor não é apenas uma profissão, é uma forma de ver o mundo, é compreender que cada aluno carrega dentro de si um universo e que a sua missão é ajudá-lo a entender como usá-lo a seu favor. 

Aprendi que o conhecimento só tem valor quando é compartilhado; que a verdadeira autoridade vem da generosidade, e que a educação é a única ferramenta capaz de unir o que o tempo e as diferenças tentam separar. 

O mundo muda, as metodologias evoluem, as plataformas se reinventam, mas nada substitui o olhar atento de quem acredita, a escuta paciente de quem orienta e o entusiasmo genuíno de quem vê alguém aprender algo novo. 

O futuro que a educação constrói

Acredito profundamente que o futuro pertence a quem ensina e a quem nunca para de aprender, a tecnologia pode até acelerar o ritmo, mas é o professor que dá sentido ao caminho. 

Da alfabetização às certificações financeiras, dos primeiros cálculos às grandes decisões de carreira, tudo começa com alguém disposto a ensinar, e é essa cadeia silenciosa de conhecimento que sustenta o progresso humano. 

Ensinar é, e sempre será, o trabalho mais importante do mundo, porque tudo, absolutamente tudo, nasce da educação. 

Mais do que um salário, um propósito

Nunca foi sobre o quanto eu ganharia no fim do mês, foi e continua sendo sobre fazer algo em que eu sou bom, que o mercado reconhece e que ajuda pessoas de verdade, quando você encontra isso, esse ponto em que o talento se encontra com o propósito, o dinheiro vira consequência. 

E mesmo que ele não venha, você ainda terá algo que pouca gente tem, felicidade, a felicidade de saber que o que você faz muda vidas, inclusive a sua. 

A educação me escolheu

Olho para trás e vejo que tudo começou com um simples papel, “Bolsa de Valores”, um tema sorteado, uma curiosidade despertada e uma paixão que nunca mais adormeceu. 

A educação me escolheu antes mesmo que eu entendesse o que era vocação, e, de lá para cá, ela me ensinou que ensinar é muito mais do que um verbo, é uma forma de existir. 

Se você também acredita no poder transformador da educação, conheça a FK Partners e veja como a gente forma profissionais que aprendem, ensinam e transformam o mercado todos os dias. 

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