Banco Master: Entenda o caso e como se proteger

Escrito por:

Valter Police

Nos últimos dias, o nome “Banco Master” voltou aos holofotes por um motivo preocupante: o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do banco no último dia 18 de novembro de 2025.

O que aconteceu?

O Banco Central identificou indícios graves de irregularidades na gestão e na contabilidade da instituição, entre eles:

• Concessão de operações de crédito sem a devida análise ou garantias adequadas
• Possíveis fraudes contábeis e manipulação de balanços
• Descumprimento reiterado de normas prudenciais

Quem pode ser prejudicado?

1. Investidores que adquiriram títulos com cobertura do FGC

Como CDBs, LCIs etc. diretamente no banco ou em corretoras que os distribuíam.
Neste caso:
• Até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ estão garantidos pelo FGC
• Valores acima de R$ 250 mil podem ser perdidos

2. Investidores que adquiriram títulos não cobertos pelo FGC

Como Letras Financeiras (LF) diretamente no banco ou em corretoras que os distribuíam.
Neste caso: como não há cobertura pelo FGC, a perda total é praticamente certa

3. Investidores de fundos de investimento ou fundos de previdência

Incluindo fundos de pensão estatais, que adquiriram títulos do banco: essa parte do patrimônio do fundo tende a desaparecer, o que se mostrará como um rendimento negativo (ou menos positivo) para o fundo

Por que isso aconteceu?

Alguns bancos médios no Brasil cresceram muito nos últimos anos oferecendo juros mais altos em títulos, especialmente CDBs com 120%, 130% do CDI ou mais. Para pagar esses juros elevados, eles precisam emprestar o dinheiro a taxas ainda maiores e/ou correr mais risco. Quando a estratégia dá errado (inadimplência alta, má gestão ou fraudes), o castelo de cartas desaba rápido.

O Banco Master aparentemente seguiu esse modelo de crescimento agressivo, captando bilhões em CDBs e letras financeiras com remunerações muito acima da média do mercado, o que atraiu milhares de investidores em busca de rentabilidade maior. O resultado é esse que conhecemos.

Como evitar cair em situações parecidas no futuro?

Aqui vão 4 dicas práticas e objetivas:

1. Respeite o limite do FGC

Nunca concentre mais de R$ 250 mil em títulos de dívida de um único banco ou conglomerado financeiro de menor porte (pequeno ou médio), mesmo que pague um retorno maior do que o mercado. O FGC é o seu seguro, use-o com inteligência. Se o título não contar com FGC, redobre os cuidados.

2. Desconfie de rentabilidades muito acima da média

Se está “bom demais” por tempo prolongado, geralmente tem um risco que não está claro.

3. Pesquise antes de investir

Tenha uma carteira diversificada que esteja de acordo com o seu perfil de risco.

4. Conte com profissionais certificados

Busque profissionais certificados e de confiança para as indicações de produtos de investimento.

Conclusão

O caso do Banco Master é mais um lembrete de que rentabilidade maior quase sempre vem acompanhada de risco maior.

Se você tem investimentos em CDBs do banco, baixe o app do FGC e siga as instruções.

O mais importante é aprender a lição: olhar os retornos sem avaliar os riscos pode ser muito perigoso. Pense nisso antes de montar sua carteira de investimentos.

Se tiver alguma dúvida, deixe nos comentários que a gente responde.

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