Como redigir cartas de apresentação para estudo no exterior
Conheça os modelos mais pedidos pelas instituições e como escrevê-los bem. São diversas as etapas a cumprir e os documentos a preencher para estudar no exterior. Um dos que mais causam preocupação ao candidato é a carta de apresentação. O principal motivo para a apreensão é que não há um modelo pronto disponível a ser seguido e, por isso, as dúvidas são muitas. Em primeiro lugar, o tipo de carta de apresentação pode ser diferente de acordo com o curso ou instituição. Para um MBA no exterior, o mais comum é que seja pedida uma carta de recomendação profissional. Para o mestrado, além da profissional, a acadêmica também costuma ser uma exigência. A maioria pede, ainda, uma carta motivacional ou de apresentação pessoal (personal statement), que deve sintetizar para os avaliadores os motivos da escolha do candidato pela instituição e a importância disso para sua carreira e futuro. Orientar profissionais e universitários sobre como escrever boas cartas de apresentação faz parte da rotina do norte-americano Darrin Kerr desde 2004. Foi nesse ano que abriu a FK Partners, empresa em São Paulo que oferece cursos de certificação na área de finanças e consultoria para quem quer fazer graduação, MBA ou mestrado no exterior. Kerr aponta os erros mais comuns cometidos pelos candidatos e dá as dicas para causar uma boa impressão e ser aprovado para seu curso fora do Brasil. Erros comuns - Achar que a carta de recomendação será mais efetiva se for assinada por alguém com um alto cargo na empresa e na universidade. A carta de recomendação deve ser escrita e assinada por alguém que realmente conheça o candidato. Isso vale tanto para a modalidade profissional quanto para a acadêmica. Apenas um chefe direto ou um professor bastante próximo poderá escrever com propriedade sobre os pontos fortes e fracos do candidato. - Só falar dos pontos fortes A carta deve ser verdadeira, porém sem exageros nos elogios. A instituição ou universidade estrangeira não está procurando pessoas perfeitas, mas alunos de diferentes perfis que possam contribuir e agregar experiências junto aos outros colegas. E, acima de tudo, que possam usufruir do que o curso vai oferecer. - Escrever demais Os candidatos são muitos e, quanto mais enxuta e objetiva for a carta, mais chance tem de ser lida com atenção pelos avaliadores. Portanto, não deve ultrapassar duas páginas. - Não investir em um bom tradutor O avaliador deve entender a mensagem perfeitamente. Por isso, vale a pena pagar para um bom tradutor fazer a versão da carta no idioma do país da instituição para a qual você está aplicando. Tradutores on-line não bastam! Agora que você já sabe o que evitar, saiba como escrever uma boa carta, seja ela de recomendação ou de apresentação: CARTA DE RECOMENDAÇÃO PROFISSIONAL OU ACADÊMICA Escolha o chefe ou o professor que irá redigir o documento. É importante que a carta confirme tudo aquilo que você já disse em entrevistas anteriores ou na sua própria carta de apresentação. Deve estar em papel timbrado ou template da empresa ou universidade. 1. Seguir o que foi pedido É cada vez mais comum, em especial no caso dos MBAs, que a instituição passe uma lista de perguntas a serem respondidas na carta, seja a profissional ou a acadêmica. Todas as respostas devem ser acompanhadas de exemplos. Se for destacar que o candidato é um bom colega, deve explicar o motivo. Exemplo: substituiu uma colega em licença maternidade e conseguiu fechar um projeto com o cliente, que estava apreensivo devido ao afastamento da funcionária que era seu ponto de contato. 2. Conteúdo mínimo Algumas instituições, hoje, já disponibilizam um sistema on-line em formato de pergunta e resposta com espaço para preenchimento. Nesse caso, o candidato deve informar o e-mail do chefe e/ou professor escolhido e a instituição entra em contato diretamente com ele para enviar o link de acesso. A seguir, confira os itens que costumam estar na lista das exigências. Se a sua instituição não passar as orientações, siga esse roteiro: a) Como é seu relacionamento com o candidato Aqui o professor ou chefe deve responder a relação formal que existe entre vocês e há quanto tempo, bem como as atividades que o candidato desempenha sob sua orientação ou comando b) Mostre um exemplo de liderança do candidato Como o candidato se comportou e desenvolveu um projeto em que foi líder e os resultados disso. No ambiente universitário, pode contar os grupos e clubes dos quais você fez parte. c) Destaque dois pontos fortes A pergunta costuma ser aberta, mas além de liderança, criatividade, capacidade de inovar, facilidade em trabalhar em grupo e boa comunicação são algumas características muito valorizadas. Vale a pena apostar em duas delas. d) Indique dois pontos a melhorar Aqui o chefe ou professor deve citar duas características a serem melhoradas e dizer como elas já têm sido trabalhadas pelo postulante. Por exemplo, se o ponto a ser melhorado é comunicação interpessoal, vale dizer que tem dado feedback sobre isso ao candidato a cada seis meses e que ele tem evoluído, demonstrando interesse em realizar apresentações à equipe a fim de treinar a habilidade. e) Como é o candidato em relação a seus colegas de mesmo nível ou pares Destacar pontos fortes, ressaltar que é um dos melhores em alguma atividade ou características e explicar o motivo, dando exemplos. f) É realmente um bom candidato para o MBA ou mestrado nesta universidade ou instituição? Explicar o que o curso vai contribuir para a formação em termos de conteúdo, assim como a experiência internacional. CARTA DE APRESENTAÇÃO OU DE INTENÇÕES Essa é a declaração que o próprio candidato precisa escrever contando sobre suas intenções, características e planos para o futuro. Além de seguir os mesmos passos da carta de recomendação, é essencial que você conte seus planos para depois do mestrado ou MBA e a maneira como ele contribuirá para seu caminho até os objetivos. Outro ponto importante é destacar características diferenciais, como um terceiro idioma (além do materno e do país onde pretende estudar), intercâmbios e viagens internacionais, trabalho voluntário e habilidades incomuns à sua área. Exemplo: se você é administrador de empresas, mas já desenvolveu um aplicativo, vale a pena contar, pois mostra uma habilidade técnica que poucos colegas da sua área têm. Gostou desse artigo? Conheça o serviço de consultoria que vai apoiar você na realização de seu sonho e construa uma carreira de sucesso. Publicado em 19/04/2018